segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sentir

Gosto de pensar longe
Enxergar grande
Sentir profundo.

Gosto de ruminar idéias até que elas se desgastem
Gosto de fazer as coisas passarem por todos os meus sentidos
Gosto de deixar as coisas penetrarem os meus olhos
Gosto de sentir o sabor: amargo, doce, não importa
Gosto de senti-lo.

Gosto de ouvir os sons das coisas: seja calmo, seja férvido
Gosto do toque
Do sentir com as mãos
Gosto de deixar as percepções invadirem o meu ser
Gosto do movimento
Do fervilhamento que elas fazem dentro de mim

Gosto de indagar: encontre eu as respostas ou não
Gosto de procurar um sentido
Observar os caminhos múltiplos
Gosto de discutir comigo mesma
De fazer desordem em meu ser
Pois é desse caos de dúvidas
De moedas de múltiplas faces
De certezas e incertezas
De julgamentos precipitados
Dessa erupção no caldeirão fervilhante do meu ser
Que renasce a ordem
A paz em meu ser

Gosto desse caos
Dessa tempestade que lava
Desse vento que leva para longe
Desse furacão que passa por mim
Passa; simplesmente passa.

Gosto dessa calmaria
Que chega quando a tempestade vai embora
Que me traz a calma
A paz
O entendimento
A satisfação intima que não se explica com palavras
Mas, sim, com o sentir
Com o deixar-se perpassar pelos sentidos
Com o ser sensível.

Nenhum comentário:

Postar um comentário