sábado, 27 de fevereiro de 2010

Artificial

Odeio este mundo de automóveis e concreto
De artificialidade e superficialidade.


Queria o barro pra amassar
A terra pra pisar
Cachoeiras e rios para minha alma lavar.


Quero uma chuva fininha
Um ar puro
E nuvens de algodão-doce para nelas descansar...


Eu quero um sol bem calminho pra aquecer meu coração
Olhar os animais e com eles brincar.


Ah, eu queria mesmo era ser um gato
Para quando muito farto, dormir sobre uma almofada
E, de tanta preguiça, me esticar...
Correr atrás de um novelo,
Miar, pedir colo e ganhar um afago, um aconchego.

Vazio

Contente?!
Descontente?!


Ainda que eu tente encontrar um contentamento
Sei que descontente hei de ficar...


Vazio...


Tudo, ainda que cheio, será sempre vazio.


Estranheza... solidão...


Fico sozinha pra chorar.


Eu não durmo; fico em off.


Medo: do mundo, das pessoas e de mim mesma.


Sonhos: não os tenho...
Amo a aspereza da realidade.

Tristeza

Tristeza...


Três vezes a dor


Triste fim de quem é triste,


Sempre triste


E mais triste em não saber


Porque assim triste eu sou.