quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Aprendi

Aprendi que ser sozinho
Não é viver na solidão
Ser sozinho é estar cercado de pessoas
E, de repente, acordar e não ver ninguém
Porque os interesses individuais falaram mais alto.

Aprendi que amigos de verdade
São aqueles que me apedrejam
Que me machucam
E que me causam dor
Porque, a cada instante,
Ensinam-me a perdoar
A compreender
E a amá-los apesar de suas fraquezas.

Aprendi que um dia a gente acorda
E descobre que todo mundo foi embora
E ainda assim não estamos sozinhos.

Aprendi que nunca devemos esperar o melhor
Daqueles que nos cercam
Porque, nem sempre, eles estão preparados para isso
Porque, nem sempre, receberam o melhor
Portanto, não terão como devolvê-lo.

Aprendi, acima de tudo, que devemos
Dar e desejar sempre o melhor
Para que os outros, ao recebê-lo,
Possam, mais tarde, devolvê-lo a nós.

Aprendi que a vida é única
E que a morte é polimorfa
Porque na vida já morri várias vezes
Quando os meus amigos deram-me as costas.

Aprendi que ainda há muito a aprender
E que uma só existência não será suficiente
Assim como um só livro não compõe uma biblioteca.

Aprendi que a dor é alegria
Que o sofrimento nos liberta a cada dia
Que as misérias são dádivas
E que o tempo é o infinito.




Aos meus amigos


Agradeço aos meus amigos queridos
Que a cada dia mostram-me o caminho a ser seguido
Agradeço pelas lágrimas que me fazem derramar
Porque é com elas que rego a árvore do crescimento moral e espiritual
Porque é da dor que causam em minha alma
Que nascem as minhas mais profundas e sábias reflexões
Que levam-me ao grande aprendizado da vida
E, acima de tudo,
Porque contribuíram para que eu seja quem hoje eu sou
Para que eu escreva tudo que agora escrevo

Porque mostram-me o quanto devo andar de olhos abertos
E também de olhos fechados
Para nem sempre enxergar a mesquinhez de cada um
Porque mostram-me o valor do silêncio
Quando a vontade é apontar seus erros,
Suas fraquezas, suas atitudes mais medíocres...

Agradeço aos meus amigos
Que não mais lêem as minhas singelas palavras
Porque a verdade, ao tempo que machuca, liberta
Mas também condena,
Corrói a consciência dos que têm culpa...
Traz luz aos cegos que ainda não querem vê-la.

Os meus amigos


Não há dor que não passe
Não há lágrima que não seque
Assim como não há decepção sem dor e lágrimas.


Os meus “amigos” se foram
Outros ainda virão
E estes que comigo estão
Daqui a pouco irão passar.

Se deixarão saudades, não sei
Mas as marcas das atitudes
Ficarão guardadas nas telas da vida.

E cada gesto “dos meus amigos”
Será mais uma lição que causa dor
E faz a alma chorar
Mas, acima de tudo, me fará crescer.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

@dolescente


@dolescente não fala: tecla
@dolescente não esquece: exclui
@dolescente não manda recado: deixa scrap

@dolescente não aparece: fica online
@dolescente não envia carta: manda e-mail
@dolescente não lê: navega

Procurando a rima

Eu vou ler a bíblia
Exorcizar esse demônio
Eu vou fritar os meus neurônios
E entregá-los a um vira-lata na esquina

Eu vou cantar esse poema
Vou fazer mais uma rima
Vou tomar banho de alfazema
Eu vou gritar de lá de cima


Vou levar uma vida bem boêmia
Vou aninhar-me com outra fêmea
Vou procriar no carnaval
Vou fazer o escambau