Não é viver na solidão
Ser sozinho é estar cercado de pessoas
E, de repente, acordar e não ver ninguém
Porque os interesses individuais falaram mais alto.
Aprendi que amigos de verdade
São aqueles que me apedrejam
Que me machucam
E que me causam dor
Porque, a cada instante,
Ensinam-me a perdoar
A compreender
E a amá-los apesar de suas fraquezas.
Aprendi que um dia a gente acorda
E descobre que todo mundo foi embora
E ainda assim não estamos sozinhos.
Aprendi que nunca devemos esperar o melhor
Daqueles que nos cercam
Porque, nem sempre, eles estão preparados para isso
Porque, nem sempre, receberam o melhor
Portanto, não terão como devolvê-lo.
Aprendi, acima de tudo, que devemos
Dar e desejar sempre o melhor
Para que os outros, ao recebê-lo,
Possam, mais tarde, devolvê-lo a nós.
Aprendi que a vida é única
E que a morte é polimorfa
Porque na vida já morri várias vezes
Quando os meus amigos deram-me as costas.
Aprendi que ainda há muito a aprender
E que uma só existência não será suficiente
Assim como um só livro não compõe uma biblioteca.
Aprendi que a dor é alegria
Que o sofrimento nos liberta a cada dia
Que as misérias são dádivas
E que o tempo é o infinito.